Saturday, August 08, 2009

Agosto de 2007, Agosto de 2009

Eu estou mudando de casa e no meio das arrumações encontrei um caderno que levei pra Europa e escrevi sobre alguns dias, um diário mal feito. Eu vou transcrever aqui o primeiro dia de viagem, em que a minha alegria parecia estar compartilhada com todas as pessoas ali e, olhando agora, especialmente por ele.

Isso foi escrito por volta do dia 06 de agosto de 2007.

"Vamos lá então. Melhor escrever esse pequeno diário de viagem aos poucos, pois estou começando a achar que as coisas aconteceram há muito tempo atrás e, na verdade, tudo começou na sexta. Hoje já é segunda feira. Pouco mais de duas semanas e eu estarei de novo em São Paulo, mas parece que eu tou aqui pensando em inglês há meses. Pequenas coisas, claro, mas normal.

Bom, tudo começou na sexta, encontrando as pessoas no aeroporto e a única coisa que eu tenho a dizer é que a minha imagem negativa do Jegão, de um cara ranzinza e depret simplesmente desapareceu. Ele se mostrou totalmente simpático e atencioso, conversamos bastante.
O avião foi normal. De cima, a Alemanha parece um monte de madeirites que formam rampas gigantes em diversas direções. Em Frankfurt todos os funcionários do aeroporto foram mau humorados e hostis. Fodam-se todos. Logo depois, encontramos com o Andreas Trashbastard e o Raicard (?). Eu não sei nem a grafia, nem a pronúncia correta do nome do Heineken, mas é assim que vou chamá-lo. Os dois logo de cara pareceram o que realmente são: simpáticos, amigáveis e alegres. O Andreas parece um pouco cansado da tour com o ANS, mas tá bem já. Depois falo mais dele.

Fomos pra Manhein e a cidade é bem tranquila. A van até era espaçosa e as estradas são incrivelmente boas. Na real, a cidade em si era bem normal e meio que igual Higienópolis, mas ainda mais organizada e cheia de frufru. Comemos num restaurante coreano maravihoso por 7 euros (um tofu com curry e arroz, pratos super fartos) e que tinha uma lindinha criança coreana de uns 5 anos lá. Tirei algumas fotos. Muita gente mal vestida, muito mal gosto nas ruas, mas as garotas são bem ok, tá legal de admirar.
O local do show era bacana. Não é bem um squat, é algo como um youth center, tem a loja de discos do Liete (?), que é fodida, com muitos livros também e ele é muito engraçado. Acho que é impossível encontrá-lo sem estar sorrindo. O rango em Juz era sensacional. Muito curry, guacamole, salada, tudo que um vegan precisa na vida. E claro, a melhor coisa do mundo, Fritz Cola.

Descobrimos também que o pneu dianteiro tinha furado e isso foi uma merda para resolver. Primeiro dia de turnê e já um pneu furado. O Heineken deu uma puta força, sobrou pra ele.
As duas bandas antes do B.U.S.H. eram: uma que eu não me lembro o nome, mas era horrível e a outra era o Snnifing Glue, de fora de Manhein... Boa banda. Parece um Short Fuse... Tocaram DK, Reagan Youth... Foi bom. Depois do show eles vieram conversar, nice people. O show do B.U.S.H. foi bom pá porra, o equipamento funcionava bem, o Pedro estreou sua nova Rickenbacker, que também era genial.
Depois do show foi ótimo, rolou uma mini mini festinha com muita Fritz Cola. Alguns ficaram, outros saíram. Brasil 2x0 Alemanha.

Conversei bastante com o Andreas. Ele é jornalista e, pra minha surpresa, estuda sobre racismo em Cuba. Morou um tempo lá e voltou 7, 8 vezes. Essa parte é bacana por que fala como morar fora da Europa fez pensar nas diferenças ao redor da sua própria vida. Pela manhã rolou um café da manhã monstro e tiramos algumas fotos do lado de fora do squat."













Esta última foto é da Ritinha.

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Sunday, August 02, 2009

Avenida Paulista, julho e agosto/2009

Se tudo der certo, amanhã termino um trabalho de um mês que fiz para a editora Cosac Naify sobre a Avenida Paulista. Um libreto informativo que acompanha um livro de ilustrações muito bonito.

Embora eu viva há mais de 4 anos em travessas ou paralelas à Paulista, fotografar aqui não é muito confortável. Além da poluição visual que estraga grande parte das paisagens, a quantidade de gente circulando, proibições, restrições e o incômodo geral que as pessoas sentem com uma câmera por perto chega a dar náusea. Ter uma câmera apontada por um estranho deixou de ser algo minimamente divertido para se tornar um gesto completamente estranho, beirando ao ofensivo. Todo mundo te olha quase que pedindo uma credencial para não se sentir invadido.

Enfim. Janelas, parques, praças, atividades, instituições, sombras, movimentações... Qualquer coisa poderia servir de referência para compor o trabalho. No final, com o libreto quase pronto, sinto que foi bem feito. Abaixo, vou postar algumas imagens que fiz durante esse mês... Muitas delas não serão publicadas, mas e daí, né? Pra isso serve esse espaço.













































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